sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Ênfase do Evangelho
A ênfase da evangelização deve ser a autenticidade na mensagem do evangelho, é necessário a certeza quanto ao conteúdo do evangelho, concomitantes a uma apresentação dos fatos do evangelho, tal como, uma realidade objetiva que se insere na situação humana e transcende toda compreensão.
A genuinidade da conversão de uma pessoa depende diretamente da mensagem do evangelho, se não for assim a conversão é espúria. Nem toda experiência religiosa é cristã, exceto aquela que surge do evangelho. Paulo afirma em termos inequívocos que além do evangelho que ele prega não há outro evangelho (Gl 1.6-9).
No Antigo Testamento há vários casos de euangelion sem conotações religiosas, se usa o verbo evangelizar em hebraico para se referir à ação de trazer notícias relativas de coroação de um novo rei, a vitória sobre um inimigo, ao nascimento de um filho, nos Salmos, boas novas, tem a ver com a derrota dos inimigos de Israel.
Para os gregos, a notícia que o evangelho anuncia é geralmente a notícia de uma vitória. Quer se trate de uma vitória em uma competição esportiva ou da vitória numa batalha, a notícia é recebida com alegria e o evangelista recebe uma recompensa, um evangelion, mas euangelion pode conotar idéias religiosas no mundo gentio, isso acontece quando se usa o termo em conexão com o culto imperial.
Quando no primeiro século foi anunciado o evangelho de Jesus Cristo, tal foi anunciado em um contexto de outros evangelhos que pretendiam trazer a salvação a uma humanidade que ansiava por gozo e paz. Não podemos negar a influência do Antigo Testamento no Novo Testamento, visto que é notório a proclamação do Evangelho desde o começo. O uso contínuo de referencias hebraicas no NT expressa de forma memorável que Jesus é o cumprimento das promessas divinas contidas nas Escrituras. O mundo onde o evangelho de Jesus Cristo se propagou era um mundo cheio de expectativas messiânicas. O cumprimento ocorre primeiro com o ministério de João Batista, que com efeito é o precursor messiânico e o primeiro a anunciar que Deus está preste a atuar, para a salvação e juízo, por meio de “aquele que vem”. Ele está no limite entre a era da promessa e a era do cumprimento. A lei e os profetas vigoraram até João; desde esse tempo vem sendo anunciado o evangelho do reino de Deus. João Batista anunciou a iminência da inserção de Deus na história; agora Jesus proclama que o dia do cumprimento escatológico efetivamente amanheceu. Quando bem entendidas, suas palavras são uma afirmação surpreendente.
Kairós, o tempo determinado por Deus para dar cumprimento a seu propósito; Seu conteúdo não é uma nova teologia, mas um advento, a vinda do Reino. Jesus anuncia a chegada de uma nova realidade que já está presente em meio aos homens; Jesus vê a si mesmo como arauto da nova era, conforme o eco de Isaias 52.7; Sua proclamação é inseparável do chamado ao arrependimento e a fé. O cumprimento se dá também a ênfase do primeiro sermão de Jesus na Sinagoga de Nazaré, segundo o evangelista Lucas (Is 61.1-2; Lc 4.20-21). Jesus é o ungido de Deus que veio levar a boa notícia aos pobres, dar liberdade aos presos, dar vista aos cegos, libertar os que estão sendo oprimidos e anunciar que chegou o tempo em que o Senhor salvará o seu povo. Ele é o arauto de uma nova era que se faz presente mediante sua própria ação em favor dos pobres, cativos, cegos e oprimidos.
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