No princípio, quando Deus criou os céus e a terra, e viu que tudo era bom, decidiu criar um ser à Sua imagem e semelhança, com quem manteria agradável comunhão todos os dias. E assim acontecia. Sempre ao cair do sol Deus mesmo aparecia no imenso jardim que havia criado e conversava com aquele homem, o ser que havia tido como “obra prima” de sua imensa criação. E a conversa era sempre agradável.
Mas havia uma coisa que havia sido deixada clara desde as primeiras conversas com o Criador: o homem sempre seria um aprendiz, alguém que conversaria sempre com o seu Mestre, mas sabendo o seu devido lugar, o de eterno “calouro”, sempre disposto a aprender. E havia um conselho sábio por parte daquele que era eternamente Sábio: “nunca se alimentem da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comerem vocês se formarão, e esquecerão de mim... e esquecer de mim, será a morte para vocês.”
Certo dia, a mulher estava por ali, passeando à sombra daquela agradável árvore quando do alto do mais alto galho, apareceu um doutor, travestido de serpente, e lhe disse: “Por que não provam do fruto desta árvore, do conhecimento do bem e do mal?” A mulher prontamente lhe respondeu: “Porque Deus disse que devemos ser eternos aprendizes, e nunca formados”. “Bobagem, respondeu o doutor, Deus sabe que no dia em que se formarem... sereis como Deus... conhecedores do bem e do mal”.
A árvore e seu fruto, os diversos diplomas que pendiam de seus galhos, eram agradáveis à vista e os dizeres do doutor serpente agradáveis aos ouvidos. E ela comeu.
Logo seu marido chegou e viu a mulher numa conversa nunca antes imaginada com o “doutor”. Falavam sobre soteriologias, eclesiologias, pneumatologias, predestinação e livre-arbítrio, soberania de Deus e um tal teísmo aberto, e aquela conversa pareceu bem mais interessante ao homem do que as poesias e músicas que sempre terminavam seus encontros com o Criador. E ele também comeu!
Naquele momento seus olhos foram abertos... e nasceu ali o primeiro congresso de “teologia”. E eles se formaram!
Agora sabiam tudo sobre a divindade e sabiam muito bem todas as respostas para todas as perguntas. Nada de poesia, música e conversas ao fim da tarde. O diploma que carregavam agora, como fruto agradável, era seu deus!
Naquela tardinha, quando o Criador apareceu, eles haviam se escondido, pois todo o conhecer que adquiriram também lhes trouxera a certeza de que estavam nus, desprovidos de calor e expostos a todo frio da noite que se aproximava.
E foram expulsos do jardim antes que comessem da árvore da vida, e sua teologia se tornasse eterna...
(Enviado pela Pra Sara)
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